"Última Hora" foi um jornal carioca fundado pelo jornalista
Samuel Wainer em 12 de junho de 1951. Chegou a ter uma edição em São Paulo,
além de uma edição nacional que era complementada localmente em Porto Alegre,
Belo Horizonte, Recife, Niterói, Curitiba, Campinas, Santos, Bauru e no ABC
Paulista. O produto dava um claro apoio ao governo de Getúlio Vargas e foi um marco no
jornalismo brasileiro, inovador em termos técnicos e gráficos.
Em 53, o jornal passou a ser acusado por Carlos Lacerda,
dono do jornal concorrente "Tribuna da Imprensa", de receber favorecimento para
empréstimos feitos pelo Banco do Brasil. Outra acusação nunca provada era sobre
a origem de Samuel Wainer, que teria nascido em Bessarábia, o que
impossibilitaria Wainer de comandar o jornal, visto que a Constituição de 1946
proibia estrangeiros de comandarem órgãos da imprensa.
O "Última Hora" foi um dos únicos diários a defender o governo de João
Goulart em 1° de abril de 1964, nas primeiras horas após o golpe militar que o
depôs. Teve as sedes do Rio de Janeiro e do Recife invadidas e depredadas.
Samuel Wainer exilou-se no Chile e lá recebeu propostas para vender o jornal.
Wainer fez uma negociação em Paris. Vendido em
1971 para a Empresa Folha da Manhã S/A, que também era dona do jornal Folha de
S.Paulo. Wainer voltou ao Brasil com a esperança de recuperar o "Última Hora" do
Rio de Janeiro, tentando conquistar, sem sucesso, a confiança dos militares.
Decidiu vender o resto de sua participação aos empreiteiros que haviam comprado
o Correio da Manhã.
Anos depois de sua morte, em um livro autobiográfico, ele
admite não ter nascido no Brasil. No fim, um dos jornais mais revolucionários
do país nunca deveria ter existido.
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