sábado, 1 de dezembro de 2012
Quais são os limites do jornalismo?
Nesta semana três fatos impactaram o jornalismo brasileiro.
O primeiro foi com o apresentador Datena, que assumiu o papel de policial e negociou com um criminoso a libertação de vítimas de um sequestro ao vivo em seu programa. O segundo foi o retorno de Celso Russomanno, ex-candidato à prefeitura de São Paulo, à televisão. Já o terceiro é mais simples - e nem menos influente - é o início oficial das campanhas de fim de ano (Natal/Ano Novo).
Muitos não consideram Datena um jornalista. Transitando entre o real e o sensacionalismo, o apresentador pode ser facilmente chamado de personagem com seus inúmeros bordões e o tom rígido de suas afirmações. Entretanto, sendo um jornalista ou não, o papel básico de seu programa - o Brasil Urgente - é informar. Se Datena tem como função noticiar fatos, é correto ele interferir nas notícias?
Celso Russomanno, assim como Datena, também pode não ser chamado de jornalista. Entre os anos 90, Russomanno cobria festas e eventos sociais com uma temática a lá Amaury Júnior. Ao ingressar à política, ele sai do papel de comunicador e passa a ser influenciador, reforçando seus pontos de vista e opiniões. Com a ação eleitoral sem sucesso, Russomanno retorna à televisão e deixa mais um questionamento: se o jornalismo deve ser imparcial é correto que uma figura pública que tem um ponto de vista único e conhecido da mídia assuma esse papel?
Já o terceiro item é um acontecimento anual, mas que merece atenção. Como apontou a página Casa das Focas, o fim de ano é a época em que surgem sempre as mesmas matérias. Alguns exemplos: "Como reaproveitar a ceia de Natal", "O que significa cada cor de roupa para o Réveillon" e "As previsões dos astros e búzios para o ano que segue". Bom, se o jornalismo prioriza o novo, é correto eu reutilizar temáticas ou matérias?
Para isso, eis que surge um último questionamento:
Se jornalismo é informar sem interferir, noticiar sem apontar direcionamentos e focar no novo, no "quente", como fazer para que ato jornalístico ocorra respeitando as regras e os limites éticos em que vive?
Nenhum comentário:
Postar um comentário