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terça-feira, 28 de maio de 2013

Caso Vladimir Herzog é investigado pela Comissão Nacional da Verdade e fotógrafo depõe


O ex-funcionário da Polícia Civil e fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, de 59 anos, que registrou o “suicídio” do jornalista Vladimir Herzog em 1975, durante a ditadura militar, afirmou para o Estado de S. Paulo que não reconheceu a cela onde o corpo foi encontrado, no antigo Departamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Ele visitou o local no último dia 27, junto com representantes da Comissão Nacional da Verdade, que buscam mais informações do caso e investigam outros registros de suicídios de presos políticos. 

Vladimir Herzog
Para quem não conhece Vladimir, ele nasceu na Iugoslávia e imigrou para o Brasil em 1942 junto com a família para fugir do nazismo. Naturalizou-se brasileiro e estudou filosofia na USP, iniciou a carreira de jornalista no jornal Estado de S. Paulo. Durante o Golpe de 64 foi morar em Londres com a esposa onde trabalhou na BBC. Retornou ao Brasil em 68 e trabalhou como publicitário até 1975, quando foi convidado para ser diretor de jornalismo da TV Cultura. 

Ainda em 75, foi investigado por agentes do serviço de inteligência do governo por possível ligação com o PCB (Partido Comunista Brasileiro) e intimado para prestar depoimentos no Departamento de Operações Internas. 

Foto de Silvaldo Leung Vieira
Herzog foi preso e torturado até assinar uma confissão assumindo ligações com o PCB. No mesmo dia foi encontrado morto na cela pendurado por uma corda no pescoço, mas com os pés tocando o chão. Na época, na nota oficial do Exército, a morte foi declarada como suicídio por enforcamento. 
A morte do jornalista foi questionada pela opinião pública e gerou protestos em todo o mundo. A mobilização iniciou o processo internacional em prol dos direitos humanos na América Latina e principalmente no Brasil onde impulsionou o movimento pelo fim da ditadura militar brasileira. 

Em 1996, a justiça responsabilizou a União por prisão ilegal, tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog, e em Março deste ano, a família do jornalista recebeu uma nova certidão de óbito corrigindo a causa da morte como em decorrência de "lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2º Exército (DOI-Codi)", em substituição a "asfixia mecânica por enforcamento".


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