home historia Infojorn radio video olharsocial equipe

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Cidadão Kane brasileiro

Assis Chateaubriand
Mais conhecido como Assis Chateaubriand, foi um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1960, destacando-se como jornalista, empresário, mecenas e político.

Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono dos Diários Associados, que foi o maior conglomerado de mídia da América Latina, que em seu auge contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica.

Figura polêmica e controversa, odiado e temido, já foi chamado de Cidadão Kane brasileiro, acusado de falta de ética por supostamente chantagear empresas que não anunciavam em seus veículos e por insultar empresários com mentiras, como o industrial Francisco Matarazzo Júnior. Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos.

A ética quase nunca constava em sua estratégia empresarial: publicava poesias dos maiores anunciantes nos diários e mentia descaradamente para agredir os inimigos. Farto de ver o nome na lista de insultos, o industrial Francisco Matarazzo ameaçou "resolver a questão à moda napolitana: pé no peito e navalha na garganta". Chateaubriand devolveu: "Responderei com métodos paraibanos, usando a peixeira para cortar mais embaixo".

Caracterizou-se, muito embora fosse um representante típico da burguesia nacional emergente da época, pelas posturas pró-capital estrangeiro e pró-imperialismo, primeiro o britânico, depois o americano. Ele teria uma vez dito que o Brasil, perante os EUA, estava na condição de uma "mulata sestrosa" que tinha de aceder às vontades dos seu gigolô.

Com o tempo, Chateaubriand deu menos importância aos jornais e focou em novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Pioneiro na transmissão de televisão brasileira, cria a TV Tupi, em 1950.  Trabalha até o final da vida, mesmo depois de uma trombose, que o deixou paralisado e capaz de comunicar-se apenas por uma máquina de escrever adaptada. 

Em 68, morria Chatô, velado ao lado de duas pinturas dos grandes mestres: um cardeal de Ticiano e um nu de Renoir, simbolizando as três coisas que mais amou na vida: O poder, a arte e a mulher pelada. Morreu também seu império, e deu lugar ao reinado de Roberto Marinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário