Seria o Jornalismo Cultural refém da agenda?
O jornalismo cultural é responsável por relatar manifestações culturais como cinema, teatro, artes plásticas, música,
literatura e folclore, podendo ser feito de forma crítica ou simplesmente como
informação da agenda de variedades, que mostra os últimos acontecimentos de
interesse público e da indústria cultural.
No Brasil, esta maneira de
fazer jornalismo se fortaleceu no final do século XIX com a contribuição de
consagrados nomes da nossa literatura como Machado de Assis e José Veríssimo,
que deixaram importantes obras publicadas. Também foi marcante para a história
do jornalismo cultural brasileiro, a criação dos cadernos culturais diários da Folha de S. Paulo (Ilustrada) e do Estado de S. Paulo
(Caderno 2), nos anos 1980.
Foto: divulgação |
Atualmente, este tipo de jornalismo tem perdido espaço e a qualidade é
questionável quando comparada a sua época áurea. Os possíveis motivos dessa
decadência como as crises econômicas, a indústria cultural e a internet,
caminham juntos com o papel secundário com que este modelo jornalístico é
tratado pela grande imprensa brasileira.
Enquanto assistimos ao fim das revistas, suplementos e a redução de cadernos culturais no jornalismo
tradicional impresso, cresce sem nenhum controle a utilização da web no âmbito
cultural, com blogs e sites de críticos, onde são publicadas opiniões de
profissionais e da população de modo geral, sendo necessária muita pesquisa
para se encontrar algo de boa qualidade.
O jornalismo cultural, hoje,
perdeu a característica de influenciador de opinião e se tornou refém da
agenda, ditada pela grande indústria cultural, com raras exceções.
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