Baseado na obra de Emma Donoghue, o longa "O quarto de Jack" conta a história de Jack (Jacob Tremblay), um
menino de cinco anos que é criado pela mãe, em cativeiro, num quarto sem
janelas e com uma porta que só pode ser destravada com o dígito correto de seu
segredo. A única passagem da luz é feita por uma claraboia, e todos os cômodos
de uma residência, como a cozinha e o banheiro, estão compactados neste
ambiente.
A rotina de Jack é assistir televisão,
ler e sonhar com um mundo que para ele ainda é tido como algo irreal e que só
existe na TV. Conforme a sua curiosidade sobre o mundo fora do quarto cresce, a
vida do menino começa a ficar mais intensa. Como toda boa mãe, ela se dedica a
manter o filho feliz e seguro.
O filme cresce demais no segundo ato, numa luta quase
desesperada da mãe para explicar ao seu filho como de fato é o mundo fora
daquele quarto. Sequestrada há sete anos, quando voltava da escola aos 17, Joy (Brie Larson) possui a esperança de que ainda vai
conseguir fugir com o filho e voltar para a família.
É nesse momento em que ela bola o primeiro plano com
o filho para tentarem fugir do cativeiro. Em uma busca desesperada pela
liberdade, a mãe tem a ideia de fingir que Jack está com febre, para que Frank
(o sequestrador) leve o menino até o hospital e lá ele possa pedir ajuda a
alguém. Só que o plano falha assim que Frank decide ir comprar remédios para
Jack, ao invés de leva-lo ao hospital. Rapidamente a trama se torna mais
tensa e dramática, a ponto de fazer o telespectador entrar na história e
querer ajudar Jack, no momento em que Joy cria um outro plano de fuga. Momentos
de tensão surgem. Arriscaria dizer que é o auge do filme.
Após uma virada na história, já quase nos atos
finais, o mundo aos olhos de Jack se torna outro, é como se o garoto nascesse outra vez.
O interessante e muito bem abordado é a situação da mãe nessa virada, que encontra mais dificuldades ainda na transformação. Joy entra em uma depressão
profunda e fica bastante confusa sobre o velho e o novo mundo que agora está
presente. Essa parte nos faz questionar sobre o quão rotineiro pode ser uma
situação ruim, ao ponto de que ao nos livrarmos dela nos cause mal.
O
Quarto de Jack é uma grande produção do cinema, capaz
de levantar questões importantes sobre liberdade e acomodação. Por se tratar de
uma história tão sombria e cruel, a delicadeza com que o filme foi construído é
extremamente comovente (talvez por saber que casos assim já existiram). Ele
possui a capacidade de tocar o coração do espectador e proporcionar uma
experiência inesquecível.
Uma coisa é certa, você não será a mesma pessoa depois de ver e viver a história de Jack, a visão de mundo que ele tem e a valorização dele que virá à tona. Seu modo de ver a liberdade e a relação com a sociedade será outra. Ainda não sei explicar muito bem o que acontece, mas o fato é que o impacto do filme na sua realidade será grande.
Uma coisa é certa, você não será a mesma pessoa depois de ver e viver a história de Jack, a visão de mundo que ele tem e a valorização dele que virá à tona. Seu modo de ver a liberdade e a relação com a sociedade será outra. Ainda não sei explicar muito bem o que acontece, mas o fato é que o impacto do filme na sua realidade será grande.
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