Foto: Divulgação |
No filme Mera Coincidência (Wag the Dog), de 1997, um presidente americano que tenta a reeleição se envolve num escândalo. O governante é acusado de abuso sexual por uma adolescente dias antes da eleição.
Com medo de não se reeleger o político tenta mudar sua a imagem perante o povo através dos meios de comunicação.
O longa-metragem mostra como a mídia é induzida a relatar fatos “oficiais” que são inventados por assessores da Casa Branca e do presidente, transformando a imagem do político em algo melhor do que seria ou estava.
Com informações falsas e mega produções a favor do presidente, cria-se uma guerra falsa onde o país está envolvido, fazendo com que o escândalo perca força nos meios de comunicação. Mas sempre com o adversário político do atual presidente tentando trazer o escândalo de volta ao público.
Isso segue até próximo às eleições, quando um dos envolvidos tenta contar o que houve para ganhar fama.
Vale a pena ver o filme, mas... E se fosse no Brasil? Como agiriam os assessores e políticos daqui?
Se tivessem um pingo de juízo, simplesmente abririam mão de tentar esconder a verdade, uma vez que a cultura americana é totalmente diferente da nossa num ponto crucial (que mostrarei adiante). Mas partindo do pressuposto de que o presidente fosse tentar a reeleição, e ainda assim é difícil afirmar, creio que agiriam da mesma maneira.
Cena extraída do filme |
No filme, uma guerra é inventada, e aí é que está o ponto crucial da nossa diferente formação cultural. Essa desculpa, muito forte, não vingaria em terras brasileiras, teriam que adotar outra estratégia.
Acredito que a primeira tática, e talvez a mais provável e eficaz aqui, seria achar indícios de que essa adolescente já tivesse problemas semelhantes, ou seja, tentar de alguma maneira transferir a culpa do presidente para a garota. Ainda assim, penso que o político não seria reeleito.
No longa não é mostrada a troca de poderes existente entre Estado e mídia, mas lá no Estados Unidos a guerra vende e já está no DNA do país. Aqui no Brasil, mesmo existindo essa aliança de influências, não sei se existiria uma manchete maior que o envolvimento do presidente num escândalo sexual.
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