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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um jornalista chamado Olavo Bilac

   
" As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel" 
Um dos principais nomes do parnasianismo no Brasil, Olavo Bilac (1865-1918) teve também ativa carreira de jornalista. O livro Imprensa e Belle Époque: Olavo Bilac, o jornalismo e suas histórias ajuda a revelar esse lado menos conhecido do poeta.
A obra, de autoria da jornalista Marta Scherer, será lançada em Florianópolis dia 16 de agosto pela editora da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). A pesquisa que deu origem ao trabalho foi feita para a dissertação de mestrado de Scherer, defendida em 2008 na Universidade Federal de Santa Catarina. A partir da análise de crônicas publicadas por Bilac entre 1892 e 1908, a jornalista revela pontos de vista do autor sobre o jornalismo praticado no período.

" As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel", escreveu Olavo Bilac na Gazeta de Notícias a 13 de janeiro de 1901.
Parte das crônicas havia sido resgatada pelo professor Antônio Dimas, da Universidade de São Paulo, na coletânea Bilac, o jornalista. Nem por isso Scherer teve pouco trabalho: dos 96 textos que utiliza como fonte em seu livro, a jornalista transcreveu 48 de jornais do acervo da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Desses, 14 ainda não haviam sido publicados em livro.

"Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha..."
Bilac atuou como jornalista no período da chamada Belle Époque brasileira (1889-1922), quando o jornalismo passou por grandes transformações, abandonando o modelo panfletário para se profissionalizar, em moldes empresariais.

"Não és bom nem mal, és triste e humano"

Em seu levantamento, a pesquisadora reuniu crônicas publicadas em A BruxaA CigarraKosmosO CombateCorreio PaulistanoGazeta de Notícias e O Estado de S.Paulo.

"Que fazer para ser como os felizes... Ama!"

Segundo Scherer, as discussões sobre o futuro do jornalismo na época de Bilac eram parecidas com as de hoje. “Ele dizia, por exemplo, que o surgimento do cinema poria fim à imprensa escrita”, conta. Algo parecido com o atual debate em torno do fim do jornal impresso, que seria substituído por plataformas digitais.Outra discussão comum na época dizia respeito ao uso da fotografia nos veículos de comunicação. Bilac acreditava que seu emprego acabaria com a necessidade de texto.

Para Scherer, o trabalho do Bilac cronista foi caindo no esquecimento a partir do movimento da Semana de Arte Moderna de 1922, que renegava autores tradicionalistas. “O Bilac poeta resistiu a essa revolução porque sua obra tinha se consolidado de modo muito forte”, diz a jornalista. “Mas não houve grande preocupação em preservar seu trabalho de cronista.”

Fonte: observatoriodaimprensa



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