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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os destaques da Semana Estado de Jornalismo


Jornalismo qual é o nosso papel?

Palestras e debates incentivaram o fazer de um jornalismo ético, inovador, inteligente e eficiente

Na última semana aconteceu a Semana Estado de Jornalismo em parceria com o banco Santander. O primeiro dia de debate (22), com a temática "Jornalismo qual é o nosso papel?" - Com ou sem papel, lotou o auditório do jornal Estado de São Paulo. Que pareceu pequeno para concentrar todos aqueles alunos de cabeças fulminantes e sede de aprender. Ricardo Gandour, diretor do Estado de São Paulo, Thomaz Souto Correa, colunista também do grupo Estado e Alberto Dines fundador do Observatório na Imprensa formaram o primeiro trio de palestrantes. Ícones no veículo impresso, eles defenderam a ideia de que o jornalismo de papel não vai acabar tão cedo, se souber se reciclar.

Estudantes de Jornalismo no primeiro dia de debates e
palestras na Semana Estado de Jornalismo
Foto: Divulgação
   

Segundo Gandour, é importante voltar aos fundamentos básicos do jornalismo. Atitude jornalística, curiosidade de sempre fazer mais e domínio da narrativa. "É com a união desses três itens que se faz jornalismo. Do contrário vai ser qualquer coisa, menos jornalismo". Thomas Souto também falou dos quesitos básicos do jornalismo. "Quando se esquece o óbvio, a gente erra com facilidade". Roberto Dines se apresentou por último e arrancou risos da plateia quando começou dizendo: " É impossível falar em 15 minutos, é como twittar sei lá quantos caracteres". Segundo Dines, o jornalismo que é uma das últimas profissões românticas está em risco. "A imprensa está atravancada. Os jornalistas velhos vão para as ruas, e os novos estão desnorteados".

Ainda na segunda-feira, para falar sobre o tema "Nossa ética muda", os palestrantes convidados foram Eugênio Bucci, professor da ECA-USP, Marcelo Consentino editor da revista Dicta e Contradicta e Marcos Madureira, diretor executivo do banco Santander. Segundo Bucci, a velocidade dos acontecimentos mudaram, mas isso não interferiu na essência da ética. "É preciso buscar falar a verdade sempre, independentemente dos interesses". Consentino fez um panorama geral sobre os conceitos básicos da ética. "A verdadeira moral não se contenta com o jornalismo correto, mas em fazer o melhor jornalismo". Madureira fechou o primeiro dia de palestras de debates ressaltando que os verdadeiros valores da ética não mudaram. "Isso porque a ética do jornalista, é a mesma ética do cidadão".

No dia (23), com o tema "Reportagem Investigativa no Cotidiano", Alana Rizzo jornalista investigativa na ABRAJI, Daniell Bramatti, repórter e blogueiro do Públicos e Marina Amaral uma das fundadoras da Agência Pública falaram sobre o jornalismo investigativo. Os três palestrantes destacaram que a lei de acesso a informação está ajudando muito no trabalho dos jornalistas, já que disponibiliza materiais que antes não tinham acesso. Marina também defendeu a ideia de que na internet tem sim espaço para um jornalismo aprofundado. "Lá na Agência Pública, por exemplo, produzimos material de qualidade e extremamente jornalístico".

No segundo bloco da terça-feira com o tema "A política mais perto do leitor", estiveram presentes o Bruno Incao do Voto Consciente, José Roberto de Toledo jornalista no Estadão Dados e Milton Jung idealizador no projeto Adote um vereador. Os três destacaram que é fundamental aproximar o cidadão da política. Segundo Milton precisamos estar antenados. "Nós precisamos controlar o que está acontecendo com os políticos, porque eles mexem com o nosso dinheiro".

Estudantes da USCS no 3° dia da Semana
Estado de Jornalismo comJosé Eduardo Barella,
editor de Vidas no jornal Estado de São Paulo
Foto: Divulgação
No terceiro dia (24) da Semana Estado de Jornalismo para falar sobre Cultura "Do clássico á periferia", os palestrantes convidados foram Flávia Guerra, jornalista do caderno de Cultura do jornal Estado de São Paulo, Ignácio de Loyola Brandão, escritor e colunista também do grupo Estado e José Mauro um dos idealizadores da Virada Cultural. "Do lixo ao luxo", brincou Flávia. Segundo ela o olhar do jornalista cultural tem um pouco de tudo. "Além de informar, ele forma. O jornalista tem que se permitir emocionar". Ignácio começou arrancando aplausos da plateia quando disse "Não sou mais jornalista diário ou mensal. Mas adorei ser jornalista nos 60 anos da minha vida que trabalhei com isso". Segundo ele, é preciso ir atrás daquilo que está escondido. "Afinal quando se tem sonho e paixão o resto vem". Ignácio terminou sua palestra afirmando que com o avanço da internet hoje em dia os jornalistas tem tudo nas mãos. "Vocês só não serão jornalistas se vocês não quiserem".    
Estudantes da USCS no 3° dia da Semana Estado de Jornalismo
com o jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão
Foto: Vinicius Machado

Ainda no dia (24) para falar sobre "A história escrita por jornalistas" , estiveram presentes Ivan Miraglia, jornalista do Grupo Estado de São Paulo, Leandro Narloch também jornalista do grupo Estado e autor do livro "Guia politicamente correto da história do Brasil", e Marcelo Duarte autor da serie "Guia dos Curiosos" e apresentador na rádio Band News. Os três destacaram que é possível ser escritor e jornalista ao mesmo tempo, desde que a notícia não seja esquecida. Segundo Marcelo é na grandeza do jornalismo que se escondem os detalhes. "Não podemos deixar aquele olhar curioso que temos quando crianças se perder".                                

No último dia (25), com o tema (In)formando o cidadão, a plateia contou com a presença de José Eduardo Barella, editor de Vida no jornal Estado de São Paulo, Priscila Cruz que trabalha na organização Todos pela Educação e Fernanda Campagnucci que trabalha no Observatório da Educação. Priscila destacou o impacto que o jornalismo educacional tem na gestão de políticas públicas. Segundo ela, parece que a população se acostumou com a situação ruim da educação no Brasil. "Precisamos ficar indignados com essa situação lamentável nas salas de aula."

Para falar sobre "Os desafios da notícia", na última rodada de palestra estiveram presentes Epitácio Pessoa fotógrafo do jornal Estado de São Paulo, Lourival San´t Anna repórter especial também do jornal Estado e Andreia Lago da Agência Estadão. Andreia destacou o quanto um jornalista precisa pensar rápido e ser perspicaz quando se trabalha com informação em tempo real. " Aqui na Agência Estadão eu trabalho com um universo que conta o fato no exato momento em que ele acontece".




Por Regine Wilstom

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