Foto: Roberta Fiori |
Formada em Jornalismo em 2010, Vitória Angela Silva conta que a paixão pela profissão já a acompanhava desde o colégio e que sempre pensou em fazer o curso. Graduada pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), ela lembra que essa não era a primeira opção. “Prestei vestibular e cismei que tinha que fazer Cásper Líbero.” Como não conseguiu passar no vestibular e já estava matriculada em um curso profissionalizante de teatro, resolveu fazer cursinho para tentar entrar na faculdade, mas trocou de curso. "Durante as aulas decidi fazer faculdade de Teatro e fui para a Anhembi Morumbi”, lembra.
Vitória se formou em Teatro no ano de 2004, mas ela revela que essa paixão já era antiga. “Comecei na escola aos 10 anos.” No colegial, formou um grupo de teatro amador chamado Criarte, que ensaiava e se apresentava no colégio e em escolas infantis. “Quando saí da escola fui fazer curso na escola Ewerton de Castro e comecei a trabalhar profissionalmente em 2001”, conta Vitória, que também tem os cursos Sérgio Buck e Emílio Fontana.
De início, apaixonada pela TV, ela lembra como se entregou aos palcos, depois dos pais a levarem para ver uma peça espírita quando criança. “Me provocou o primeiro encantamento.” Logo depois, quando tinha sete anos, foi chamada para uma pequena apresentação de um texto e percebeu que o palco era o lugar dela. “Era o lugar onde me sentia segura e mais a vontade, me sentia feliz. A paixão pelo teatro é assim, você é ‘mordida’ pelo bichinho e aí não tem mais jeito de escapar.”
Hoje dona da VitComunicação, onde trabalha com produção de conteúdo voltado para o jornalismo cultural, faz trabalhos fotográficos e dá assessoria para pessoas que estão começando a pensar em estratégias de marketing e divulgação de marcas, em especial pela internet, Vitória realizou o primeiro trabalho com Assessoria de Imprensa quando ainda estava na faculdade de teatro. “Foi em 2001 ou 2002. Estava fazendo minha primeira peça profissional e auxiliei uma das atrizes na assessoria. Quando ela saiu do elenco a assessoria ficou toda comigo.” Ela conta que era uma “espécie de assessoria com produção, acumulando algumas funções”, e diz que essas coisas são muito comuns no teatro.
Grata à Patrícia Pichamone, que foi assessora e produtora do Grupo TAPA e lhe passou vários contatos e estratégias, Vitória revela que consegui várias coisas por meio dos amigos. “Um vai indicando ao outro. Tanto que meus clientes permanentes são amigos que tem grupo de teatro.”
Assim, ao longo dos anos, foi adquirindo experiência e ficando seletiva com o trabalho. “Seleciono as áreas que vou trabalhar porque acredito que, acima de tudo, é preciso conservar uma ética. Em primeiro lugar sou uma jornalista, então para mim não dá para me envolver com política e com situações nas quais eu tenha que omitir fatos, reinventar imagens entre outras armadilhas que assessores tem quem enfrentar em certas áreas.”
Pensando em ampliar o número de clientes e ter uma equipe fixa na VitComunicação, ela diz que, por enquanto, tem pessoas com as quais pode contar esporadicamente. “[Tenho] colegas de faculdade que me dão ‘help' quando eu preciso”. Como também faz trabalhos fotográficos, os auxílios ajuda não acabam aí. “Tenho uma parceira, que tem uma empresa de brindes, que ajuda com produtos diferenciados, como camisetas e coisas que precise quando fecho pacotes especiais. E tenho uma fotógrafa ótima chamada Ana Paula que me salva sempre”.
Foto: Roberta Fiori |
Prestes a iniciar o site da VitComunicação e um canal no portal de vídeos YouTube, onde pretende trabalhar com marketing indireto e usar cenas de dramaturgia para inserir a propaganda dos clientes de forma divertida, a assessora acredita que “uma área que vem crescendo é a assessoria de pequenos negócios, no ramo de alimentação principalmente”. Com isso, aceitou o desafio de assessorar um empório, que foge um pouco de ser 100% de jornalismo cultural. “É uma área interessante, de gastronomia e tem uma proposta de ser também um espaço de cultura, com exposição de fotos e caricaturas”, ressalta.
Em 2010, quando finalizou o curso Jornalismo, Vitória também terminou a pós-graduação em História da Arte, na Universidade São Judas. Mas foi como jornalista que se realizou e continuou trabalhando. “A área que mais gosto é rádio, minha ideia é correr atrás disso ano que vem, mas acho que assessoria será sempre minha sina. Eu fugi dela, mas ela me pegou de jeito” Ainda assim, ela conseguiu unir duas paixões em um só emprego. “Minha área sempre será da cultura. Gosto de esportes, sempre me interessei por política, mas se puder ficarei sempre na área cultural porque é do meu maior interesse. Minha área natural é a arte”.
Sem se arrepender, ela lembra como entrou na universidade. “Eu decidi fazer jornalismo, realizar esse sonho antigo, meio ‘por acaso’, no impulso. Passei pela [Avenida] Goiás, vi o outdoor da USCS e resolvi fazer o vestibular. Passei e não me arrependi, em especial pelas pessoas que conheci.”
Que ela gostou não há como duvidar mesmo, agora a jornalista está fazendo mestrado em Comunicação sobre a performance de Ney Matogrosso, com previsão de conclusão para fevereiro de 2013, na mesma universidade.
Ainda no período em que estudava o curso de graduação, Vitória fez estágio na Agência Experimental de Jornalismo da USCS (AJO). Além disso, a jornalista também trabalhou na área de assessoria da Entidade AME.
Com a empresa, hoje ela assessora o grupo de teatro ARTERA. “Trabalhei assessorando as últimas temporadas do Grupo Teatrófilos, a última visita do Amsterdam Chamber Opera no Brasil, além da contadora de histórias Marina Bastos”. Com novos projetos, ela conta que vai “começar a assessoria de uma nova cantora”, onde também vai produzir um documentário.
Sobre as dificuldades de ter negócio próprio, ela diz que “toda parte burocrática é sempre chata e difícil”. Sem fala com a preocupação do fechamento do mês. “Você não tem grana fixa. Tem mês que rola legal, mês que não. Tem cliente que paga direito, cliente que não.” Vitória ainda se queixa de alguns casos. “Uma coisa que percebo muito é que os clientes querem você dedicada a eles 100% do tempo;”
Apesar dos obstáculos, Vitória demonstra que as vantagens são enormes. “É legal aprender a administrar, a conquistar clientes. Você tem liberdade de tempo e de ideias também, consigo guiar minhas escolhas. Ter uma assessoria me permite organizar meu tempo e meus afazeres independentemente de um local, de trabalhar para alguém. Mas claro que o maior patrão é o cliente”, fala descontraída. Pra finalizar, Vitória se define. “Batalhadora, ‘bicho de teatro’, ansiosa, uma amiga para todas as horas, solitária por opção, crítica ou simplesmente alguém tentando domar seus monstros.”
(Postado por Joca Oliveira)
(Postado por Joca Oliveira)
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