O livro trata do papel da imprensa no
fenômeno Collor, desde o anúncio de sua candidatura até seu impeachment, no ano
de 1992, com base nos principais veículos de jornalismo impresso da época:
Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, Veja, Isto É.
Fernando Collor de Mello, formado em
Comunicação, então governador do estado de Alagoas, soube usar seu carisma para
conquistar a massa e também a imprensa, já que, algumas de suas ideias
agradavam também os grandes empresários.
O que o livro deixa de comentar e que, posso
ressaltar como de grande importância, é a influência do então momento político do
mundo, que estava saindo de período de Guerra Fria, o muro de Berlim estava
sendo derrubado, assim como barreiras econômicas mundiais.
O Brasil vivia um dilema entre os
esquerdistas Brizola e Lula, e os conservadores de direita não estavam com um
candidato forte para disputar as eleições, quadro perfeito para uma aparição
messiânica, como foi a de Silvio Santos, que tentou concorrer à presidência,
mas não conseguiu encontrar um partido forte para ajuda-lo nessa empreitada.
Então, o caminho encontrou-se livre para Collor, que acabou por ocupar esse
vazio que reinou no povo brasileiro.
Outra ressalva que devo fazer é a falta de
profundidade nos arquivos dos jornais, ou seja, muitos artigos e edições que
poderiam ter sido discutidos na obra, assim como não apenas a mídia impressa,
como a TV e o rádio tiveram papel fundamental quando se trata de Collor.
Contudo, o livro mostra como os meios de
comunicação podem ao mesmo tempo manipular e ser manipulados por figuras
messiânicas do tipo Collor de Mello, que aparecem trazendo a solução para todos
os problemas como em passe de mágica, mas que, a história mostra, não é tão
simples como parece.
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