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sexta-feira, 5 de julho de 2013

A imprensa faz e desfaz um presidente – Resenha Crítica


O livro trata do papel da imprensa no fenômeno Collor, desde o anúncio de sua candidatura até seu impeachment, no ano de 1992, com base nos principais veículos de jornalismo impresso da época: Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, Veja, Isto É.
Fernando Collor de Mello, formado em Comunicação, então governador do estado de Alagoas, soube usar seu carisma para conquistar a massa e também a imprensa, já que, algumas de suas ideias agradavam também os grandes empresários.
O que o livro deixa de comentar e que, posso ressaltar como de grande importância, é a influência do então momento político do mundo, que estava saindo de período de Guerra Fria, o muro de Berlim estava sendo derrubado, assim como barreiras econômicas mundiais.
O Brasil vivia um dilema entre os esquerdistas Brizola e Lula, e os conservadores de direita não estavam com um candidato forte para disputar as eleições, quadro perfeito para uma aparição messiânica, como foi a de Silvio Santos, que tentou concorrer à presidência, mas não conseguiu encontrar um partido forte para ajuda-lo nessa empreitada. Então, o caminho encontrou-se livre para Collor, que acabou por ocupar esse vazio que reinou no povo brasileiro.

Outra ressalva que devo fazer é a falta de profundidade nos arquivos dos jornais, ou seja, muitos artigos e edições que poderiam ter sido discutidos na obra, assim como não apenas a mídia impressa, como a TV e o rádio tiveram papel fundamental quando se trata de Collor.
Contudo, o livro mostra como os meios de comunicação podem ao mesmo tempo manipular e ser manipulados por figuras messiânicas do tipo Collor de Mello, que aparecem trazendo a solução para todos os problemas como em passe de mágica, mas que, a história mostra, não é tão simples como parece.


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