Surgido na França no início do século XIX, o folhetim é uma
narrativa literária, seriada dentro dos gêneros prosa de ficção e romance.
Nasceu junto da imprensa e ao ser importado para o Brasil, fez um enorme sucesso,
principalmente na segunda metade do século.
Possui duas características básicas quanto ao formato: é
publicada de forma parcial e sequenciada em periódicos como nos jornais e
revistas; quanto ao conteúdo: apresenta narrativa ágil, profusão de eventos e
ganchos intencionalmente voltados para prender a atenção do leitor.
A possibilidade das tramas é infinita e busca ilustrar com
realismo e emoção a miséria da condição humana. Apresenta múltiplas opções de
enredo: de assuntos frívolos a sérios, de conversas particulares a acontecimentos
políticos. O folhetim se aproxima do realismo literário, mas não com a
pretensão de registrar a verdade, apenas por ser verossímil.
Nos anos 40, sob o pseudônimo feminino de Suzana Flag, o
escritor Nelson Rodrigues escreveu alguns romances em formato de folhetim para
os Diários Associados Chateaubriand. O primeiro folhetim, "Meu destino é pecar", foi
um sucesso de tal modo que os leitores acreditavam que Suzana Flag era real.
Outros nomes da literatura e do jornalismo brasileiro tiveram
suas obras publicadas em folhetins, como José de Alencar, Machado de Assis,
Manuel Antônio de Almeida e Lima Barreto. Na era da tecnologia imediatista e do Netflix, será que o folhetim ainda encontraria adeptos?
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