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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Cadê as histórias?


Surgido na França no início do século XIX, o folhetim é uma narrativa literária, seriada dentro dos gêneros prosa de ficção e romance. Nasceu junto da imprensa e ao ser importado para o Brasil, fez um enorme sucesso, principalmente na segunda metade do século.

Possui duas características básicas quanto ao formato: é publicada de forma parcial e sequenciada em periódicos como nos jornais e revistas; quanto ao conteúdo: apresenta narrativa ágil, profusão de eventos e ganchos intencionalmente voltados para prender a atenção do leitor.

A possibilidade das tramas é infinita e busca ilustrar com realismo e emoção a miséria da condição humana. Apresenta múltiplas opções de enredo: de assuntos frívolos a sérios, de conversas particulares a acontecimentos políticos. O folhetim se aproxima do realismo literário, mas não com a pretensão de registrar a verdade, apenas por ser verossímil.

Nos anos 40, sob o pseudônimo feminino de Suzana Flag, o escritor Nelson Rodrigues escreveu alguns romances em formato de folhetim para os Diários Associados Chateaubriand. O primeiro folhetim, "Meu destino é pecar", foi um sucesso de tal modo que os leitores acreditavam que Suzana Flag era real.

Outros nomes da literatura e do jornalismo brasileiro tiveram suas obras publicadas em folhetins, como José de Alencar, Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida e Lima Barreto. Na era da tecnologia imediatista e do Netflix, será que o folhetim ainda encontraria adeptos?

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