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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Resenha Crítica: Vamos faturar

A corporação (The corporation)
Direção: Mark Achbar e Jennifer Abbott
Gênero: Documentário
Ano: 2003

 O documentário A corporação, baseado no livro A Corporação – A Busca Patalógica por Lucro e Poder, de Joel Bakan, é uma análise do mundo corporativo. Com 2h25 de duração e ritmo intenso, a trama se desenrola entre casos que exemplificam a luta incessante pelo dinheiro, a construção de um suposto perfil psicológico de uma corporação e depoimentos de pessoas que fizeram ou fazem parte das corporações, além de críticos ao sistema.

O perfil traçado durante o documentário diagnostica a corporação com um distúrbio de personalidade. Caso fosse um ser humano, seria a corporação uma psicopata, caracterizada pela não preocupação com a sociedade, o meio ambiente, seus consumidores ou colaboradores e a incapacidade de assumir a culpa de prejuízos causados.

Entre os casos mais chocantes no filme estão os que envolvem a indústria alimentícia, cujas corporações pautam apenas o lucro, sem se preocupar com danos, muitas vezes irreparáveis, que seu negócio pode causar aos consumidores. O caso da Monsanto é um exemplo: mentiu sobre os efeitos da substância usada para aumentar a produção de leite das vacas. Além de causar dor aos animais, gerou sérios problemas para as pessoas que consumiram o leite.

Uma das perguntas que chamam atenção durante o filme é: “Que tipo de pessoa é uma corporação?”, fazendo referência à pessoa jurídica que perante a lei tem os mesmos direitos de uma pessoa física. Talvez, o que falte para a corporação seja ética e alma de uma pessoa real.

Falta de ética das empresas, aliás, não é assunto – haja vista a data do filme. No atual contexto, um dos casos que demonstram evidentemente a falta de alma de uma corporação, talvez o perfeito desenho de um psicopata, é o da mineradora Samarco e os reflexos que causou em Mariana-MG. O egoísmo dos donos das corporações é nítido. Diante desta recente tragédia, parece ser impossível falar de ética quando o objetivo é o lucro.

Talvez a proposta do documentário, que há mais de uma década tentou discutir a busca incontrolável pelo lucro, não tenha surtido efeito nas grandes corporações. Entretanto, a mensagem faz o telespectador refletir de maneira diferenciada sobre as responsabilidades das organizações e seus limites éticos.

O filme está disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY

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