A chanchada de Chatô finalmente pode já ser vista. A vida do “rei
do Brasil” é mostrada por meio de um grande espetáculo televisivo . Assim como no
livro, o longa se inicia com a cena de Chateaubriand e sua filha Teresa comendo bispos portugueses, tal como fizeram seus ancestrais Caetés. Para ele, essa era uma forma de divulgar e relembrar a origem de seu sangue ameríndio.
Com muito humor e um ótimo elenco, o filme usa personagens
históricos (como o próprio Chatô e Getúlio Vargas) e ficcionais baseados na
realidade, como acontece com Carlos Rosemberg, um híbrido de Carlos Lacerda e
Samuel Wainer. Apesar de engraçado, pode-se aprender muito sobre como era a
imprensa daquela época, a relação entre anúncios e notícias e as especulações
políticas.
Outra coisa interessante são as filmagens antigas de “pouca
qualidade”, que dão um tom a mais de sátira. Que Chatô é um ser onírico da mídia
brasileira, não há duvidas. Mas o retratam de uma maneira caricata, pouco
condizente com a realidade. As amostras de sua falta de ética são geniais,
porém, em alguns momentos a narrativa transita entre realidade e ficção.
No longa, a retratação de Doutor Assis tem plena confiança no seu
modo de ser. Chatô afirma em seu
julgamento “eu não sou esse monstro que vocês dizem que eu sou”, de repente,
com um sorriso irônico, ele saca um maço de dinheiro e completa “sou muito
pior...”. E assim se encera a história do melhor brasileiro em ser o pior ser
humano que a mídia desse país já teve.
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