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terça-feira, 11 de abril de 2017

Panama Papers ganha prêmio Pulitzer

Na última segunda-feira (10), a série de reportagens Panama Papers foi agraciada com o Pulitzer, prêmio mais importante do jornalismo, na categoria Explanatory Reporting. O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que coordenou a cobertura, foi contemplado pelo júri juntamente com outros dois integrantes do trabalho, o Miami Herald e a rede McClatchy, responsável pela publicação de 29 jornais.

Jornalistas da investigação em reunião. Fonte: panamapapers.icij.org 
Os jurados afirmam que o que fez a investigação se sobressair na premiação foi seu caráter internacional, “uma colaboração de repórteres de seis continentes para expor a infraestrutura oculta e escala global das empresas offshore”. No Brasil, a equipe do jornal Estadão, juntamente com jornalistas do UOL e da RedeTV! participaram da apuração dos documentos.

Os papéis vazados da empresa Mossack Fonseca ligam 14 atuais ou ex-líderes mundiais com empresas offshore, comprometendo especialmente o presidente russo Vladimir Putin, cujo círculo de amigos e assessores movimentou cerca de US$ 2 bilhões secretamente. A parte brasileira da averiguação dos Panama Papers revelou a existência de 107 paraísos fiscais conectados a políticos investigados na Operação Lava Jato.


O presidente russo Vladimir Putin, o mais afetado pela divulgação dos documentos


Entendendo os Panama Papers


O Panama Papers é um conjunto de 11,5 milhões de documentos confidenciais que fornecem informações detalhadas acerca de mais de 214 mil empresas de paraíso fiscal offshore. Os papéis mencionam chefes de Estado em exercício de países como Argentina, Islândia, Arábia Saudita, Ucrânia e Emirados Árabes Unidos, além de pessoas eminentes e/ou próximas a autoridades governamentais de mais quarenta nações, como Brasil, China, Coreia do Norte, França, Reino Unido e Rússia. São citados também vinte e nove multimilionários que estão na lista das 500 pessoas mais ricas do mundo segundo a revista Forbes.


A papelada que consiste em 2,6 terabytes de dados e abrange da década de 1970 ao início de 2016, foi enviada por uma fonte anônima ao jornal alemão Suddeutsche Zeitung em 2015, e posteriormente encaminhada ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, em Washington. Cerca de quatrocentos jornalistas de órgãos de comunicação social do mundo todo analisaram os escritos, cujas primeiras notícias foram publicadas na primeira metade de 2016.

O uso de empresas offshore por si só não constitui crime, porém, durante as investigações foi apurado que algumas companhias de fachada reportadas nos documentos podem ter sido empregadas para fins ilegais, incluindo fraude, evasão fiscal e tráfico de drogas. 

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