"Jornalista não sabe de tudo. Mas sempre conhece alguém que sabe."
Networking que vem do inglês representa uma rede de contatos. Diz respeito às pessoas que um indivíduo conhece e aos relacionamentos pessoais, comerciais e profissionais que mantém com elas.
Mas qual é a relação dessa palavra networking com o profissional de jornalismo? Por que será que todos professores vira e mexe comentam:
- Construam suas agendas.
- Criem uma boa rede de contatos.
Demorei um certo tempo entre entender o que isso significava e principalmente colocar em prática. Até porque meus queridos focas, vocês vão perceber que entre a teoria e a prática existe sempre uma grande distância. Mas vamos lá, acho que foi durante o terceiro ano que eu comecei a entender melhor essa tal palavra networking. Já estava na AJO quando tive que cobrir o evento "Universidade Aberta" que na época trazia como tema aspectos da sustentabilidade. Cobri uma palestra que tratava justamente disso: "Como ser um indivíduo sustentável no dia a dia?". No final da palestra ao entrevistar o convidado (pois teria que montar a minha matéria), ele me deu um cartão e disse:
- Nunca se sabe quando você vai precisar escrever sobre isso de novo, não é mesmo?
Sorri, agradeci e guardei o cartão. Dias depois um professor pediu uma matéria de cunho ambiental. Vocês acreditam em coincidência? Comecei a procurar especialistas na área para montar a minha matéria e conheci uma professora da USCS que tem projetos com isso. Pois bem, entrevistei ela, mas ainda faltava mais uma fonte (nome que se dá ao especialista de uma matéria) e de repente eu me lembrei do cartão. Foi tiro e queda. Liguei para o especialista ambiental e disse:
- Olá, conversei com você há alguns dias lá na USCS, cobrindo um evento lembra? Você me deu o seu cartão (...)
Ele não só lembrou, como topou em me dar a entrevista imediatamente. Essa foi uma das minhas primeiras experiências com a palavra networking na prática. Durante o segundo ano também tive algumas, mas posso dizer que comecei a montar a minha própria agenda de contatos no terceiro ano. Tarde? Talvez. Mas agora posso dizer que tenho lá os meus contatos confiáveis. Ou como gosto de dizer "fontes amigas".
Eventos, palestras tudo é sempre uma nova oportunidade de aprender e conhecer pessoas. Os próprios trabalhos pedidos ao longo dos semestres nos proporcionam essa oportunidade. Pois em cada nota para o rádio, matéria para tv ou impresso, enfim... para qualquer um desses meios existe a oportunidade real de entrevistar alguém e por assim dizer, estabelecer uma relação de confiança com a fonte.
Outro episódio bem recente de networking foi fazendo uma série de reportagens especiais para rádio no semestre passado. Eu queria contar a vida dos idosos que vivem em abrigos na cidade de S. Caetano do Sul. O nome do trabalho foi: Atrás da portas - a vida de quem mora em asilos. Comecei conhecendo e entrevistando uma assistente social. No fim das contas, além dos idosos (é claro), conversei com todas as pessoas que trabalham com os idosos em São Caetano. Geriatras, fisioterapeutas, nutricionistas, coordenador de esportes e a diretora geral dos Centros da Terceira Idade conhecido como CISE´S. Esse trabalho foi muito além de simplesmente fazer entrevistas, foi conhecer e ajudar pessoas. Foi construir fontes. Fontes essas que eu levarei da faculdade para fora. Trabalho esse que faz a gente parar e pensar: "Foi por isso que eu escolhi fazer jornalismo."
Já no quarto ano, perdi a conta de quantos e quantos professores explicaram e comentaram sobre a importância de construir um bom networking. É claro que não lembro de todos, mas cito alguns: Eloiza Oliveira, Flávio Falciano, Lilian Crepaldi, Luciano de Souza, Arquimedes Pessoni, Ana Govatto, Luciana Patara e muitos outros.
Antes de concluir deixo aqui algumas citações de jornalistas que estão no mercado de trabalho e também comentam sobre a importância de ter uma boa rede de contatos.
“Agenda e Network são elementos essenciais ao jornalista e andam juntos. Não se faz uma boa agenda sem um bom network contínuo. Tal importância se explica pelo fato de as empresas em geral, e as jornalísticas inclusive, buscarem profissionais pro-ativos, que sejam capazes de resolver problemas antes de leva-los a seus superiores ou, no mínimo, conseguir sugerir soluções quando entraves existirem. Com um bom network/agenda, o jornalista se "auto-possibilita" ter acesso a informações, declarações, eventos etc. De forma mais fácil e, por que não, até antecipada. Sugiro que todos invistam nestas características desde a faculdade.”
(Danilo Gonçalves é jornalista e trabalha na Comunicação Corporativa do Terra)
“Acredito que qualquer tipo de organização é fundamental ao profissional de comunicação e o jornalista, que vive e sobrevive por meio de fontes, depende de contatos e registros. Por isso, networking e agendas configuram instrumentos necessários na rotina profissional.”
(Renata Aranha é jornalista e assessora de comunicação e marketing educacional na Faculdade de Medicina do ABC)
Por Regine Wilstom *



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