A jornalista e escritora Nana Queiroz, organizadora da campanha "Eu não mereço ser estuprada", virou alvo de ofensas e recebeu ameaças de estupro nos últimos dias por meio de sua página no Facebook.
A campanha da escritora pedia que mulheres fizessem autorretratos, da cintura para cima, nuas ou não, escrevendo por meio de cartazes ou em seu próprio corpo, que não merecem ser estrupadas. As imagens foram divulgadas nas redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter, entre outras, com hashtags #EuNãoMereçoSerEstuprada.
De acordo com o blog do Sakamoto, a iniciativa se deu em reação aos resultados de um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que aponta que 65,1% da população concorda total ou parcialmente que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas'' e 58,5% concordam total ou parcialmente que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros".
Nana esclarece que desde que começou o protesto online, recebeu diversas ofensas. Homens me escreveram dizendo que me estuprariam se me encontrassem na rua, outros,“uma bela louça para lavar” e outras ameaças. Se ainda duvidava um pouco da verdade por trás da pesquisa do Ipea, hoje acredito nela totalmente. Senti na pele a fúria revelada pela pesquisa".
A jornalista alegou que iria à Delegacia da Mulher relatar as ameaças e denuncia um jovem, identificado como Cirilo Pinto, que disse já ter cometido um estupro e afirmou que faria novamente. De acordo com ela, uma série de perfis falsos foram criados para espalhar mensagens machistas, pesquisas preconceituosas e montagens com fotos do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) com dizeres ofensivos.
Nana acrescentou que, apesar das ofensas, ficou comovida com a repercussão que o protesto ganhou. "Dezenas e dezenas de homens e mulheres contaram publicamente, muitos pela primeira vez, seus casos de estupro. Quanta coragem!".
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