Conheci
ainda pequena respondendo o “boa noite” do William Bonner. Essa frase pode
parecer romântica se você imaginar que na época Fátima Bernardes ainda
apresentava o JN. E aí veio a faculdade. Mas esse curso em questão não era
aquele que todos fazem, pois “gostam de escrever”. Podia fazer tudo, menos
derrubar uma pauta.
Quando
as fontes não respondiam na hora, ficava cobrando. Quando o assessor desligava
o telefone, ligava de novo. Quando a empresa não queria se pronunciar, pedia
uma nota oficial. Os olhos sempre focados para a pauta não cair, deixava claro
o amor pela profissão. Foi paixão à primeira entrevista.
Passamos
algumas madrugadas em claro pensando na matéria ao som da vinheta de plantão da
Globo. De lá migramos para o linha direta. Do linha direta para o profissão
repórter. Do profissão repórter para a correria da vida.
Derrubamos
pautas, demos notícias boas e ruins, fizemos vários plantões e coberturas
especiais. Algumas várias vezes. Pensamos em desistir. Pulamos o lead.
Entrevistamos pessoas incríveis. Das dez matérias que fiz, sete foi o
jornalismo que me inspirou. As outras três perdi o tempo da deadline. Aprendi o
que era follow-up, furo, jabaculê, lead, off, fala povo, tablóide, gancho e
outras palavras que o Word está sublinhando de vermelho porque o Word não teve
a sorte de se casar com o jornalismo.
Essa
semana, pela primeira vez, reli algumas reportagens que a gente fez junto – não
por acaso uma história de amor. Achei que fosse chorar. E o que me deu foi uma
felicidade muito profunda de ter escolhido a profissão certa. Não falta nada.
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