Foto: Acervo pessoal |
Em entrevista ao blog Jornalismo USCS, a docente, que é mestra em Comunicação pela USP e Doutora em Semiótica pela PUC, falou de suas experiências profissionais nas mais diversas áreas.
Em 2001 você começou a cursar duas faculdades ao mesmo tempo: Jornalismo pela Metodista, e História pela USP. Como foi essa experiência?
Em 2000 eu prestei [vestibular] paras duas áreas, Jornalismo e História, uma pública e outra particular. Minha mãe [Lilian é filha da também professora da USCS, Lideli Crepaldi] dava aula na Metodista, e eu consegui uma bolsa, por isso pareceu ser uma opção bem legal fazer as duas. Doeu bastante porque eu também trabalhava a tarde, fazia Jornalismo de manhã na Metodista, depois tinha que trabalhar a tarde, isso no último ano, na TV Globo, que era bem pesado, com plantão e tudo, e à noite eu ia para USP, fazer História.
E como foi essa experiência com a TV? Você gostou? Sente falta?
Não sinto a menor saudade, foi um período ruim porque a gente desaprende um pouco a ser humano e passa a ser muito 'máquina', fazer tudo muito direcionado. Na TV você é 100% cerceado.
Você também tem experiências em revistas, como a Expressão e a Casa Nova. Você se dá melhor com essa área?
Na verdade na Expressão eu faço mais um trabalho de colaboração. Onde eu realmente escrevo texto é uma editora internacional, que aqui no Brasil se chama Casa Nova, e eu faço relações internacionais. Então eu faço a revista em parceria Brasil-Canadá, Brasil-Itália e Brasil-França.
Eu acho que a revista funciona melhor que qualquer outro meio, eu também já passei por jornal diário, e mesmo assim eu acho que a revista é um espaço que melhor proporciona uma certa reflexão.
As pessoas ainda têm aquela visão de que quem faz jornalismo é aquele repórter que aparece na TV mas, no entanto, é uma área muito ampla, não é?
Eu sempre falo pros alunos: 'Jornalismo é uma profissão para qualquer perfil'. Eu sou uma pessoa mais introvertida e, se você é uma pessoa mais introvertida talvez você possa se dar melhor como redator, de repente trabalhando só com texto sem precisar ficar em frente da câmera ou de colocar lá a sua voz. Ele contempla vários perfis, diferente de outras profissões que você ou lida bem com número ou lida bem com texto, é muito direcionado e o Jornalismo te abre mil possibilidades. Quem gosta muito de ciências, por exemplo,pode partir pro Jornalismo Científico, que é uma campo que ninguém investe e dá muito mais dinheiro que qualquer outro. Quem gosta de cultura, vai pro Jornalismo Cultural, Economia para o Econômico. Então dentro do Jornalismo há várias editorias, vários segmentos, que o aluno, futuro profissional pode escolher de acordo com suas características pessoais.
Você tem um recado para passar aos que ainda estão em duvida em cursar Jornalismo? E para os próprios alunos?
O recado que sempre dou para os alunos é: LER, LER E LER. Só é jornalista bom quem tem repertório, e quem tem repertório não é quem lê jornal diário, site ou revista, e sim quem lê livros, não só livros clássicos como livros contemporâneos excelentes. O jornalista tem que ler todo dia, e não é ler todo dia jornal, o jornal é o básico de informação, mas muito mais que informação é preciso desenvolver a cognição, e cognição se desenvolve com revistas e com livros clássicos. Então leiam e voltem-se para os clássicos, mesmo que sejam clássicos contemporâneos. Há grandes autores contemporâneos que são deixados de lado e que o aluno de comunicação precisa investir. Então o recado que fica é: leiam bastante, e a partir dessas leituras a gente vai descobrindo o que gosta mais e a partir daí direcionando as práticas e os currículos para os lugares certos, para as pessoas investirem em você. E Sorte não existe, existe o trabalho. Muito e muito trabalho! E muito estudo, o sucesso só é fruto de quem estudou e se dedicou muito.
(Por Leonardo Silva e Thais Fernandes)
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