Os meios de comunicação brasileiros passam por momento
complicado. Não bastasse a crise financeira que sofrem (principalmente jornais
e revistas), ainda se enfrenta uma crise de valores do conteúdo jornalístico. As
coberturas feitas pelas redes de televisão abertão são cada vez mais abusivas e
sensacionalistas, com cada vez mais sangue sendo espirrado na tela.
Outros veículos se deixam levar (mais do que deviam) por
interesses empresariais, e acabam fazendo com que a qualidade do produto caia.
Alguns acontecimentos dos últimos dias ilustram bem o grande
problema que nós, jornalistas, enfrentaremos daqui para frente.
Morte da INFO
A Editora Abril anunciou o encerramento das atividades da
versão digital da Revista Info, que tratava de novas tecnologias. Ao todo, 12
jornalistas foram demitidos.
A empresa fez várias demissões em massa nos últimos tempos e
ficou proibida pelo sindicato de fazer novamente. O SJSP vai investigar essas
dispensas para ver se está dentro da “cota” permitida.
Engana-se quem pensa que a Abril vai perder lucro com o
ocorrido. Para manter os contratos comerciais, a empresa vai deixar uma página
da Revista Exame com o nome “INFO”, com um repórter, um estagiário e um
programador.
Dois lados da mesma moeda
Outra série de demissões aconteceu no jornal O Dia, do Rio
de Janeiro. Ao todo, entre 30 e 40 pessoas perderam o emprego nessa que seria a
maior crise do meio impresso da história.
Um dos motivos da crise seria o monopólio do Grupo Globo no
Estado, o que dificulta a concorrência.
Por outro lado, pesquisa divulgada pelo site Meio &
Mensagem acende uma luz no fim do túnel dos jornais impressos. Os cinco maiores
jornais brasileiros aumentaram a circulação em comparação com o primeiro
semestre do ano passado. Veja os números:
Zero Hora (14%)
Estadão (4%)
Folha de S. Paulo (3,6%)
Super Notícia (1,9%)
O Globo (0,8%).
Demitir jornalistas por conta de crise financeira é ruim,
mas fazer isso sem falta de dinheiro é realmente um absurdo. Mas não para os
empresários mexicanos do Portal Terra, que demitiu 80% da redação e passa a
trabalhar apenas com Releases e pautas de assessorias, sem produção autoral.
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