No mundo atual, curtidas em fotos mostram o quanto você é popular, e muitos "curtem" sem ao menos ter gostado. Compartilhar sem saber ao certo o que está sendo discutido é viral. No mundo em que é fácil desejar parabéns, notificações te poupam a memória. "Se você é de Jesus compartilhe, se não, só olha". "Quantas curtidas esse campeão merece?".
Parece que compartilhar a foto de uma criança em situação de fome na África com um discurso de apelo irá te tornar uma pessoa melhor ou "ativistamente" correta. Um mundo no qual a sua amizade verdadeira é calculada pelo seu perfil através de um teste, assim como seu caráter e sua personalidade.
Um mundo onde o discurso de ódio rola solto, intolerância religiosa então... Nem se fala. Entendedores de política estão por toda a parte, volta e meia aparece a hashtag "fora Dilma" na timeline do mesmo que lhe deu um voto.
"Chega de corrupção" posta o cara que sonegou o imposto, furou a fila, andou no acostamento e subornou o guarda de trânsito para não ser multado. "Sou a favor da maioridade penal" argumenta a mulher que cria seu filho entre paredes, com rotina limitada entre escola e casa, e que nunca pisou em uma comunidade.
Um mundo onde é possível selecionar o que aparece em sua timeline, criando assim, uma sensação de que todos concordam com a sua opinião. Mundo esse em que o comentário que for contra a minha ideia pode ser apagado ao invés de discutido.
Estamos ficando cada vez mais limitados dentro dessa "bolha", vivendo a superficialidade de uma "curtida" e esquecendo do quanto é bom discutir um assunto e praticar a defesa sobre a opinião que temos.
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