Demorou 20 anos para o longa Chatô ser exibido nas telonas, mas apenas três meses para chegar à Netflix. O serviço de streaming adquiriu os direitos sobre Chatô - O Rei do Brasil, que está disponível no online desde o dia 20 de fevereiro.
Cínico, debochado, mulherengo e extrovertido, Chatô era uma figura polêmica por natureza, não apenas pelos seus atos mas também por suas crenças. Fez fortuna e fama através de seus jornais, os Diários Associados, mas defendia com unhas e dentes que “anúncio é dinheiro, notícia é perfumaria”. Fundou a Rádio Tupi e depois a TV Tupi, muito de olho no quanto poderia lucrar em cima de patrocinadores, se atendo à qualidade do material apenas como meio de justificar o custo dos comerciais. Investiu em arte e ajudou a fundar o MASP (Museu de Arte de São Paulo), porque isto lhe ajudaria a alcançar o que mais queria: poder.
O filme começou a ser produzido em 1995 e foi interrompido em 1999. O material foi engavetado devido à suspeita de que, na primeira tentativa de lançar-se como diretor, Guilherme Fontes tenha se envolvido em um grande escândalo de mau uso de verbas governamentais destinadas ao cinema e à cultura. O filme só foi concluído em 2015.
A vida de Chateaubriand é analisada a partir de um AVC, que o faz delirar com um julgamento, onde antigos amores e desafetos se unem para o acerto de contas. Trata-se de uma proposta semelhante à do musical "O Show Deve Continuar", dirigido por Bob Fosse, onde um diretor de cinema também mulherengo vê sua vida passar diante de seus olhos a partir de um enfarte.
Dois importantes personagens do filme são ficcionais: Vivi Sampaio (Andréa Beltrão), que reúne muitas características de Aimée Soto-Maior de Sá, figura da sociedade carioca, e Carlos Rosemberg, como um fictício híbrido de Samuel Wainer e Carlos Lacerda.
Fontes: Adoro Cinema e Omelete.
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