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Foto: divulgação |
A jornalista Elvira Lobato completa em 2016 quatro décadas
de carreira, marcadas por investigações de excelência e fidelidade aos princípios do
jornalismo. Ela será homenageada no Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) deste ano.
Elvira começou a trabalhar
como repórter antes de se formar, em 1973, na coluna social da Gazeta do Povo.
Na faculdade, já ouvia que jornalismo era uma
área sem futuro, mas para ela “vai existir jornalismo enquanto existir vida na
Terra. Sempre vai ter espaço para o jornalismo, com novas adaptações, novos
meios, novas mídias, mas a essência de trabalho continua”.
Teve sua primeira reportagem publicada em 1976, no
Jornal do Brasil, que conta as histórias de pessoas que moravam em uma
das pensões na Rua Catete, no Rio de Janeiro.
A vontade de investigar e a curiosidade de verificar
as informações são traços dela como repórter.
Em 1986 Elvira produziu a reportagem que considera como a mais importante de sua carreia, “serra do Cacimbo pode ser local de provas
nucleares”, revelava a construção de poço para testes nucleares no Pará, pela Aeronáutica.
A história teve grande repercussão e o poço foi
fechado. A notícia foi capa da Folha em 86, porém, não foi assinada por Elvira. O jornal achou melhor não divulgar o nome do repórter.
Em 1989, já na Folha, se tornou acionista da Petrobrás
para entender melhor sobre o funcionamento da empresa. Já em 2000, quando a Oi iniciou o processo
de compra do portal iG, ela fez a mesma coisa e tornou-se acionista da Oi.
Recebeu em 2008 o Prêmio Esso de Jornalismo pela
reportagem “Universal chega aos 30 com império empresarial”, aonde relatava rede de
empresas da Universal, que orientou
seus fiéis a entrarem com ações judiciais contra a jornalista e a Folha. Três anos
depois, Elvira deixaria o veículo.
Em 2016, depois de cinco anos longe das redações, Elvira
publicou uma longa reportagem multimídia na Agência Pública sobre concessões de
TV na Amazônia Legal. Ela continua produzindo pautas e alega que “se você é repórter e vê um fato, não pode ignorar. Sempre carrego na bolsa gravador, o bloco de
anotações e caneta. Nunca perdi esse hábito”.
A sessão de homenagens à Elvira Lobato será durante o
décimo primeiro Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, no dia 23
de junho, em São Paulo. No evento, um mini documentário sobre a carreira da
jornalista vai ser exibido.
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