De cara limpa ou por trás das câmeras, o jornalista se arrisca
Crédito: Divulgação - Casa dos Focas |
Capa, chapéu e lupa na mão. São as três primeiras coisas que vêm à cabeça quando pensamos em investigação. Quem não gosta de desvendar mistérios e se inspirar no famoso detetive Hercule Poirot dos livros de Agatha Christie?
O jornalismo investigativo fundamenta-se em trazer à luz questões que antes nos eram ocultas. Uns acreditam que ele não existe, com a afirmação de que todo jornalismo é investigativo. Outros apontam a sua ligação com casos policiais e há quem diga que trata de assuntos tabus, encobertos pela sociedade.
As revelações das reportagens investigativas atraem o público, que emite opiniões sobre seus conteúdos. Nesse sentido, este tipo de jornalismo não tem somente a função de elucidar determinados fatos, mas, comumente, faz uso de um discurso condenatório quando algo está errado. Com base nisso, todo cuidado é pouco. O repórter precisa ter preocupação redobrada com os textos, apurar minuciosamente o material e ter as provas de tudo o que descobriu. Ser jornalista investigativo é recompensador, envolve cunho social, mas é perigoso.
Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, conhecido como Tim Lopes, foi um repórter investigativo brasileiro e produtor da Rede Globo de Televisão. Antes dele, quase não se faziam investigações mais aprofundadas no país. O jornalista se aventurava em locais de difícil acesso pela periculosidade, para encontrar fontes e evidências que confirmassem suas suspeitas. Em 02 de junho de 2002, o profissional foi assassinado por traficantes da favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, na ocasião em que investigava um baile funk na região, onde havia tráfico de drogas e abuso de menores de idade. Esse acontecimento serviu de alerta para a classe, que
começou a se atentar mais para a segurança e aos limites.
Outros importantes nomes do jornalismo nacional se destacaram na prática de grandes investigações, como Percival de Souza e Caco Barcellos, que se apresentam na mídia televisiva de rosto limpo. Já Eduardo Faustini prefere não mostrar o rosto, suas matérias são divulgadas no Fantástico, mas ninguém o conhece.
Para você se inteirar um pouco mais sobre jornalismo investigativo, veja algumas dicas de bons livros:
Rota 66: A história da polícia que mata
Livro-reportagem do jornalista Caco Barcellos, publicado pela primeira vez em 1992, que traz uma vasta investigação sobre ações da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade especializada da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A obra conquistou o prêmio Jabuti na categoria Reportagem em 1993.
Narcoditadura: um dos maiores casos de jornalismo investigativo sobre o crime organizado
Neste livro lançado em 2014, o jornalista Percival de Souza conta a história de Tim Lopes, repórter investigativo da Rede Globo morto durante apuração de reportagem, bem como o cenário da segurança pública brasileira.
50 anos de crimes
O autor Fernando Molica reúne as melhores reportagens policiais da década de 1950 até os dias de hoje. Casos que marcaram época como o de Chico Picadinho, Aída Curi e Cara de Cavalo integram a obra, com lançamento em 2007.
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