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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Agora ou nunca – A ética fotojornalística

Aproveitando os textos apresentados aqui sobre fotojornalismo, por que não falar um pouco sobre a ética neste campo tão polêmico.

De acordo com o artigo “A ética no fotojornalismo da era digital”, publicado por Cláudia Maria Teixeira de Almeida e Paulo Cesar Boni , “A ética está no profissional e não na ferramenta”, ou seja, é ele quem deve saber distinguir isso no seu dia-a-dia.

Por ser um tema polêmico, muito se discute sobre as mais diversas formas de se romper essa ética, por exemplo, os fortes indícios de montagens e encenações em fotos tiradas no Líbano durante os muitos ataques sofridos no país (leia mais) . Algumas montagens são tão mal feitas que chegam a ser engraçadas.

Nesse “mundo” existem diversos fotógrafos que se sobressaem com esse tipo de documento, como Steve McCurry. O americano ficou conhecido por seu trabalho para a National Geographic, mas acima de tudo por sua foto da Menina Afegã. Outro exemplo é Frank Fournier, que registrou uma menina sudanesa que estava há três dias presa até a cintura em entulhos e muita lama, após um deslizamento causado pela erupção de um vulcão. Mas sem dúvida o mais polêmico de todos, mais criticado e recriminado é Kevin Carter, que em 1993, captou uma cena que choca até os mais fortes. A foto lhe rendeu um prêmio Pulitzer e, claro, muitos comentários indignados com foto, afinal, é nítido o que estava para acontecer na ocasião. No blog Fotografia, cultura e variáveis, Amanda Almeida reproduz trechos de um depoimento do Kevin sobre as perseguições que sofria.(leia mais) e neste outro Marco Santos fala um pouco sobre “AS VÁRIAS MORTES DE KEVIN CARTER”

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Omayra Sanchez por Frank Fournier Menina Afegã por Steve McCurry Criança sudanesa por Kevin Carter

Tudo isso nos faz pensar até que ponto um profissional desse pode chegar para conseguir fazer uma foto que o consagre. No caso de Founier, era evidente sua impotência diante de tal cena, porém ele sentiu a importância em registrar o momento, uma vez que havia equipes de resgate no local. Com Kevin foi um pouco diferente. Segundo seu depoimento, após fazer as fotos espantou o abutre. Já McCurry retornou ao Afeganistão diversas vezes, persistente em encontrar a garota, essa trajetória pode ser vista no documentário “A MENINA-AFEGÃ - UMA VIDA REVELADA” da National Geographic.

Por ser uma profissão para poucos, uma foto pode ao mesmo tempo ser interpretada de maneiras diferentes dependendo do ponto de vista quem vê.
Sempre gostei de fotografia, e fotojornalismo tem se tornado uma profissão muito cogitada para meu futuro. Poder registrar cenas como essas e tantas outras, contar histórias através de fotografias é mágico! Literalmente uma imagem pode valer mais que mil palavras. É triste saber que existem pessoas que se aproveitam de algumas situações para lucrar em cima de pessoas sem instrução alguma. Quem sabe um dia eu consiga fazer a diferença nesta profissão tão incrível.

Dica da semana: “The Bang bang Club” - Conta as experiências reais de quatro fotógrafos de guerra que presenciaram e fotografaram os últimos dias do’apartheid’ na África do Sul. Explorando as questões emocionais e morais associadas com a exposição da verdade.
Greg Marinovich (Ryan Phillippe), Kevin Carter (Taylor Kitsch), Ken Oosterbroek (Frank Rautenbach) and João Silva (Neels Van Jaarsveld) são quatro fotógrafos ligados por fortes laços de amizade.

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