home historia Infojorn radio video olharsocial equipe

terça-feira, 19 de abril de 2016

Dicas para ser um jornalista freelancer no exterior



Morar e trabalhar no exterior podem ser experiências únicas, não só do ponto de vista profissional, mas também pessoal. O conjunto de novos conhecimentos adquiridos a cada dificuldade, a cada nova pessoa e a cada novo idioma que se conhece podem resultar em anos de aperfeiçoamento moral e cultural.

A jornalista inglesa Abigail Edge teve essa experiência quando se mudou para Denver, nos EUA. Ela reuniu um grupo de colegas espalhados pelo mundo que estavam na mesma situação e juntos compuseram uma série de dicas para outros profissionais da área que querem seguir esses passos.

Antes de começarmos, é importante lembrar que, além das vantagens listadas anteriormente, ser freelancer é o tipo de serviço que apesar de não te dar a segurança de um trabalho fixo, pode te dar a liberdade para, ao mesmo tempo, engajar outras atividades que te interessem (como viajar pelo mundo J ). Outro ponto importante é que o jornalista estrangeiro apresenta uma vantagem em relação aos seus concorrentes locais. Ele pode observar, descrever, debater e criticar o que acontece em sua volta de uma perspectiva mais distante, objetiva e diferenciada.

Mas como tudo na vida tem dois lados (pelo menos), trabalhar no exterior não é sempre um mar de rosas. Você terá que pensar em que moeda você será pago. Se você morar em Nova Iorque, por exemplo, mas prestar serviços para uma empresa brasileira, que vai fazer um pagamento em Real, deve-se lembrar da taxa de câmbio e que NYC é uma das cidades mais caras do mundo. Haverá também outras barreiras, como a língua, diferenças culturais, vistos e impostos locais que você terá que enfrentar.

Dois pontos importantes que devem ser levados em conta antes da escolha do local a se trabalhar são estilo de vida e oportunidades de trabalho. Você deve escolher um local que se adeque ao estilo de vida que você quer levar, para que você não tenha que fazer muitas adaptações desagradáveis, ao mesmo tempo que seja um local de relevância jornalística. Londres pode ser uma cidade cheia de fontes, personagens e histórias, mas também é uma cidade cara e onde a concorrência é grande. Thimbu, capital do Butão, fica no meio das montanhas do Himalaia, cercada de templos budistas. Silêncio e paz reinam e não há muita concorrência, mas também não há grande interesse 
internacional na região.

Verifique também quais são as exigências legais para morar e trabalhar no país escolhido. Cada um tem suas próprias regras e, construir um sonho para depois descobrir que o lugar não permite trabalho estrangeiro pode ser bem desagradável.

Lembre-se também que cada local tem suas peculiaridades e que você deve manter uma mente aberta se não quiser enlouquecer. A jornalista americana Rebecca L. Weber mora na Cidade de Cabo, capital da África do Sul, e teve que se acostumar com os constantes blecautes que a cidade sofre. A Inglesa Beth McLoughlin se mudou para o Rio em 2010 e teve que se adaptar ao machismo, à violência e ao “jeitinho brasileiro”.

É importante voltar para o seu país de origem sempre que possível para reabastecer as energias. Fazer amizade com pessoas locais e outros estrangeiros que estão passando por situações semelhantes às suas também ajuda.

Se você já tem contatos de trabalho no seu país, certifique-se de avisar com antecedência todos eles que você está se mudando. Pode ser uma boa maneira de conseguir “freelas”. Antes de sair de casa, conheça os veículos de comunicação do seu destino que te interessam e que possam se interessar pelo seu trabalho. Atualize todas as suas redes sociais com a sua nova localização. Se você não tira fotos, aprenda ou encontre um fotógrafo local. Uma foto exclusiva vai ajudar a vender sua história. E verifique se há uma associação de correspondentes na cidade que você vai estar (a maioria das grandes cidades têm). É uma boa maneira de fazer novos contatos.

Se você está trabalhando para uma empresa da sua terra natal, pergunte como será efetuado o seu pagamento. Você terá que abrir uma conta em um banco local e é possível que ele cobre uma taxa para receber dinheiro estrangeiro. Quem deve arcar com essa taxa é o seu contratante, e não você.

Viver inteiramente só de freelas pode ser um processo demorado. Tenha uma reserva de pelo menos dois meses para evitar dificuldades. Nos primeiros meses, pode ser que você tenha que arrumar um outro trabalho que não tenha relação com jornalismo para se manter, como em um bar ou restaurante. Mantenha sua mente aberta. Faz parte da aventura e da história que você quer contar aos seus netos.

Por fim, trabalhar como freelancer em um país estrangeiro é possível, mas não é para todos. É uma experiência gratificante e uma chance de explorar novos horizontes. E mesmo que você não se adapte, lembre-se que será uma experiência importante de aprendizado. Vai expandir sua visão de mundo e te preparar para outras futuras aventuras que você queira embarcar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário