
Caco afirmou que está impressionado negativamente com o mercado atual de repórteres. Segundo ele, a maioria dos vídeos que tem recebido de jornalistas vem com o pedido para serem apresentadores. “Isso tem me impressionado muito. A pessoa é objetiva, tem um texto bom, mas é muito raro alguém encaminhar vídeos com reportagens". Segundo ele, geralmente os vídeos recebidos apenas mostram a habilidade como apresentador.
Sobre a falta de profissionais e estudantes dedicados à reportagem, o jornalista alertou que a falta de repórteres atrapalha todas as esferas do jornalismo. "Se não houver repórter, os outros gêneros do jornalismo serão prejudicados. O repórter é um historiador do tempo presente”.
Na ocasião, Caco apontou onde nasce uma pauta. De acordo com o jornalista, as melhores pautas estão na rua e as pessoas têm se esquecido disso. Para ele, a internet virou um lugar de reprodução e acaba tirando a verdadeira essência de uma boa reportagem.
Ao falar sobre o início da carreira, Caco ressaltou os valores, oportunidades, compromisso com a verdade e situações perigosas da qual presenciou. Também relatou sobre a produção de suas duas publicações mais conhecidas, os livros Abusado e o Rota 66. No primeiro, ele disse que quis “mostrar o olhar no morro”, já o segundo, descreveu as mortes realizadas pela polícia de São Paulo que não foram solucionadas. Ele recebeu 18 processos e denunciou 200 policiais.
Com relação ao 'Profissão Repórter', disse que a equipe do programa chega a trabalhar três meses em uma pauta. É essencial, de acordo com ele, o aprofundamento nas pesquisas. Caco também citou que é impossível um repórter não se envolver em o tema de uma matéria. “É impossível você não trabalhar com o envolvimento. O repórter é igual a qualquer cidadão, a única diferença é que, na maioria das vezes, o jornalista vê primeiro”, concluiu.
Fonte: Comunique - se
Foto: Ana Paula Igual/Ajo
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